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AGRICULTURA INDUSTRIAL E SAÚDE






As empresas precisam de
agrotóxicos para aumentar o lucro

Frances Moores Lapp é e Joe Collins

Será que milhões de pessoas passariam fome se — para proteger o meio ambiente — deixássemos de usar agrotóxicos na produção de alimentos?

Grande quantidade de agrotóxicos é utilizada nos Estados Unidos: mais de 30% do consumo mundial. Quase metade dos agrotóxicos é usada em campos de golfe, parques e gramados.

Somente 5% das lavouras e pastagens são tratadas com inseticidas; 15% com herbicidas e 0,5% com fungicidas. Dos inseticidas, mais da metade é utilizada em culturas não alimentícias, como o algodão.

Será que os agrotóxicos ajudam a alimentar aqueles que passam fome nos países de Terceiro Mundo? De acordo com a FAO (Órgão que controla os alimentos e os medicamentos nos EUA), mais de 400.000 toneladas de agrotóxicos são usadas anualmente nos países subdesenvolvidos. Porém, a maior parte, é utilizada em culturas não alimentícias e em plantações de frutas e verduras cultivadas para exportação.

Mas o que dizer dos venenos que são de fato utilizados nas lavouras de alimentos? Os produtos químicos têm trazido bons resultados? São eficazes? São realmente necessários? A EPA (órgão de proteção ao meio ambiente nos EUA) calcula que há 30 anos os agricultores usavam 25 mil toneladas de agrotóxicos, e perdiam 7% da lavoura antes da colheita. Hoje, os agricultores usam 12 vezes mais agrotóxicos e perdem o dobro que perdiam anteriormente. Entretanto, o Ministério da Agricultura dos Estados Unidos calcula que as perdas por causa das pragas (insetos, agentes patogênicos, ervas daninhas, roedores e pássaros) iriam aumentar em somente 7%, mesmo que todos os agrotóxicos sejam abolidos. Como se explica isso?

O campo não é apenas um local de batalha entre praga e planta. Observando com atenção, percebemos que existe uma complexa interação entre centenas de espécies diferentes de insetos e outros organismos que desempenham diversas funções ecológicas. Matar insetos nem sempre é bom. Alguns comem somente uma parte da planta, outros são parasitas ou predadores carnívoros que comem outros insetos. As espécies nocivas realmente destroem a lavoura, mas estudos mostram que a grande maioria das espécies não causa danos suficientes para justificar o alto consumo de agrotóxicos. Por meio da ação de parasitas e predadores, essas espécies são mantidas em níveis que não provocam prejuízos econômicos. Porém, quando essas formas de controle natural são destruídas por agrotóxicos (que não distinguem amigos de inimigos) muitos insetos, que geralmente são insignificantes, conseguem multiplicar-se mais depressa do que seus predadores.

Para que o meio ambiente fique protegido e para que o controle de pragas seja realmente eficaz, é importante usar agrotóxicos seletivos (que só atingem determinada praga). Os efeitos de cada novo agrotóxico sobre os demais insetos, sobre as pessoas e os animais selvagens precisam ser estudados em profundidade. O interesse das indústrias químicas leva exatamente à direção oposta. Para expandir as vendas e aumentar os lucros, procuram minimizar os gastos com pesquisa e comercialização, produzindo agrotóxicos que eliminem o maior número de pragas simultaneamente.

A venda de agrotóxicos aumenta mais ainda por meio da promoção de produtos que "eliminam 100%" das pragas. Porém, eliminar 100% das pragas é extremamente caro, desnecessário e, com freqüência, falho. Além disso, é uma prática perigosa que leva à eliminação excessiva.

Para aumentar os lucros, as indústrias promovem a pulverização programada, em vez da pulverização de acordo com as necessidades. A pulverização programada proporciona mais vendas — vendas que podem ser garantidas com antecedência. Para um executivo da Dow Chemical é bem mais fácil calcular quanto deve ser produzido e distribuído aos diversos compradores, se ele multiplicar simplesmente a área dos fregueses por determinada quantidade por hectare. Ele não leva em conta o efeito nocivo de determinada praga num determinado ano.

Alguns agricultores começaram a compreender os graves prejuízos para o ambiente e para a saúde provocados por essas técnicas. Além disso, estão gastando cada vez mais e obtendo resultados cada vez piores. Os produtores de algodão de Graham County, Arizona, trabalhando junto com cientistas da Universidade local, enviaram técnicos para medir a intensidade das pragas, verificando se a pulverização era realmente necessária e quando era necessária. Os gastos com agrotóxicos diminuíram 10 vezes e os danos causados pelas pragas também. Incluindo o pagamento dos técnicos, o custo total ficou em menos de 1/5 da pulverização programada. Então as indústrias químicas pressionaram de tal maneira as altas esferas da administração da Universidade, que o programa foi suspenso. Experiências similares em 42 fazendas de algodão e 39 fazendas de frutas cítricas na Califórnia diminuíram em mais de 60% os gastos com agrotóxicos.

Em certos casos os agrotóxicos são utilizados não para aumentar o rendimento ou melhorar a qualidade, mas somente para melhor a aparência. Vejamos o caso dos inofensivos insetos da ordem dos thysanoptera. Estes insetos são insignificantes, pois não diminuem a produtividade, não prejudicam as árvores, nem diminuem o valor nutricional das frutas cítricas. Seu único "crime" é provocar uma leve marca na casca da fruta. Nos laranjais da Califórnia, toneladas de agrotóxicos são aplicados várias vezes por ano, na guerra contra os pobres insetos. Estes ficam mais resistentes e os produtores vão aplicando agrotóxicos cada vez mais mortíferos, elevando, assim, seus gastos.

Os agricultores pegam doenças crônicas e agudas devido ao contato com os organofosforados utilizados no lugar do DDT para eliminar os insetos. Ninguém sabe quais os efeitos que isso causa nos consumidores.

Na ausência de inimigos naturais, insetos antes inofensivos, como o ácaro vermelho, transformam-se em verdadeiras pragas.

Será que existe alguma alternativa? Existe sim. Agora que compreendemos que alterar o complexo sistema ecológico pode ser mais perigoso do que controlar as pragas, diversas alternativas vêm sendo examinadas com maior interesse.

Durante várias décadas, as pragas que atacam o milho eram controladas alternando anualmente o milho com outra cultura como a da soja. A lagarta que ataca o milho não come a soja e não consegue sobreviver durante um ano sem o milho. Entretanto, certos herbicidas atualmente usados na cultura de milho impedem esta rotação de culturas. Permanecem no solo e na estação seguinte, matam todas as plantas com exceção do milho. Por isso, os agricultores que utilizam herbicidas, precisam plantar milho todo ano na mesma terra. Isso aumenta o número de insetos, doenças e ervas daninhas, além de esgotar o solo. E o que é pior — a lagarta do milho desenvolve uma resistência quase total aos principais agrotóxicos.

A introdução controlada de inimigos naturais dos parasitas nas plantações é um método não-químico de grande potencial. Depois de um desastre ecológico causado por agrotóxicos no Vale Canete, no Peru, os agricultores estão tentando restabelecer os controles naturais. Eles importam diversos insetos, inclusive 30 milhões de vespas e 80 litros de joaninhas para controlar lagartas e pulgões.

Nas plantações de algodão do Egito, fazia parte da tradição retirar com as mãos os ovos da lagarta do algodoeiro. Quando os agricultores passaram a confiar (e a gastar) com agrotóxicos, a produção diminuiu acentuadamente. Só mesmo ao voltarem a retirar os ovos com as mãos o rendimento aumentou.

Tragicamente, a tecnologia do controle de pragas é dominada por um pequeno número de grandes indústrias químicas. Estas só conseguem lucros se os agricultores e a população no mundo inteiro acreditarem que a sobrevivência da humanidade depende da aplicação cada vez maior de agrotóxicos.

Herbicidas - Pesticidas - Suicidas

A grande verdade da agropecuária global.
Os comerciantes de sementes prosperam
e os agricultores enfraquecem

Roger Scrutton

Vandana Shiva disse a verdade na BBC. Os negócios agropecuários estão forçando agricultores do mundo inteiro a dedicarem-se à monocultura, muitas vezes usando safras híbridas, cujas sementes têm que ser compradas a cada ano. A monocultura destrói a biodiversidade e, enquanto aumenta o volume de determinada safra, no todo acaba diminuindo a produção de alimentos. Além disso, torna os agricultores dependentes de um processo de distribuição que força continuamente os preços dos produtos agrícolas para baixo, transferindo o lucro para os comerciantes de sementes, herbicidas e pesticidas. Os pesticidas, por sua vez, matam os insetos que polinizam as plantas nativas, aumentando ainda mais a relação de dependência que liga o agricultor à máquina global.

Como se não bastasse, temos ainda a nova onda de "melhorias" tecnológicas, as safras geneticamente modificadas que, supostamente, deverão livrar o mundo da fome. Além da ameaça que essas safras representam para os ecossistemas e para a vida selvagem que os habita, elas já vêm patenteadas. No início, o lucro será elevado, mas o comerciante de sementes vai reter um direito permanente sobre as mesmas. As safras geneticamente modificadas vão seguir o padrão estabelecido pela agroindústria em toda a parte: rápida transferência da margem de lucro do agricultor para o fabricante das sementes e dos produtos químicos, expulsando gradativamente as pessoas da terra em que vivem.

Vandana Shiva mostrou gráficos expressivos dos danos sociais e ecológicos causados pela indústria alimentícia global na Índia. No entanto, os mecanismos que ela identificou - tratados que permitem o dumping de excedentes, regulamentos de higiene que impõem a necessidade de processamento industrial dos alimentos, os quase monopólios e leis sobre patentes, os constantes e nefastos experimentos com sementes e produtos químicos - estão causando aos agricultores em outras partes do mundo os mesmos prejuízos como a seus colegas asiáticos e africanos.

O bem mais importante de um país é sua agricultura. Nenhum acordo deveria ser assinado, por maior que sejam os benefícios pretendidos, quando o preço é a perda da agricultura nativa, sustentável e biodiversificada.

Sete mitos fatais da agricultura industrial

Mito Um

A agricultura industrial vai alimentar o mundo.

A verdade
A fome no mundo não é causada por falta de alimentos, mas pela pobreza e pela falta de terra que impedem o acesso à comida. Na realidade a alimentação industrial aumenta a fome ao aumentar o custo do cultivo, ao expulsar dezenas de milhões de agricultores de suas terras e ao cultivar principalmente colheitas lucrativas para exportação e luxo.



Aqui não há pequenas propriedades familiares
Foto: ROB BADGER
Como alimentar
um mundo faminto? Transformando
cada terreno vazio
em um canteiro.
Este "Jardim Comestível" em Philadelphia
oferece produtos frescos orgânicos para a vizinhança
de baixa renda

Foto: MICHAEL ABLEMAN


Mito Dois

Alimentos industrializados são seguros, saudáveis e nutritivos.

A verdade
A agricultura industrial contamina vegetais e frutas com pesticidas e introduz hormônios de crescimento geneticamente manipulados no leite. Não é surpresa que o câncer, doenças provocadas pela alimentação e obesidade estejam alcançando picos nunca vistos.



Não há nada de seguro no uso rotineiro de fumigantes com
brometo de metila e cloropicrim
Foto: JERED LAWSON



Milho consorciado com amarante e leguminosas
em base de rotação dispensa pesticidas e adubos químicos para aumentar a fertilidade do solo

Foto: T.L.GETTINGS/RODALE

Mito Três

A alimentação industrializada é barata.

A verdade
Se você acrescentar o custo real dos alimentos industrializados — seus custos para a saúde, o meio ambiente e os custos sociais — nem nossos cidad ãos mais ricos teriam meios de pagá-los.

Um coquetel químico cobre filas intermináveis de feijão. O "sucesso" comercial da industria de pesticidas exige um custo muito elevado em ecossistemas e saúde humana
Foto: GARY BRAASCH
A orgia de cores e sabores atrai as pessoa para a feira dos agricultores. Amigos e vizinhos se reúnem para comprar, encontrar-se e celebrar as "estrelas" da estação. Estes são alimentos verdadeiros a preços verdadeiros
Foto: T.L.GETTINGS/RODALE

Mito Quatro

A agricultura industrializada é eficaz.

A Verdade
Pequenas propriedades produzem mais alimentos por área do que as grandes fazendas. Além disso, fazendas maiores, não diversificadas, requerem maior quantidade de máquinas e produtos químicos. Esta quantidade crescente de insumos está destruindo o meio ambiente e, muitas vezes, levam o agricultor à falência.

Um campo de mil acres,
sem uma única erva daninha à vista, indica o uso nocivo de pesticidas e herbicidas
Foto: ZACHARY GRIFFIN
Cada paisagem contém uma história. Fileiras de colheitas variadas indicam que a roça é diversificada, em pequena escala, permitindo que os predadores e os polinizadores naturais realizem a sua tarefa
Foto: RODALE


Mito Cinco

Os alimentos industrializados oferecem mais variedades.

A Verdade
O que o consumidor realmente recebe no supermercado é uma escolha ilusória. A variedade de produtos nas prateleiras dos supermercados esconde na verdade uma perda trágica de dezenas de milhares de espécies causada pela agricultura industrial.



80,6% das variedades conhecidas de tomates foram
perdidas entre 1903 e 1983
Foto: ROBERTO CARRA


Tomate comum
Foto: ROBERTO CARRA

Mito Seis

Agricultura industrial beneficia o meio ambiente e a fauna.

A Verdade
A agricultura industrial é a maior ameaça à biodiversidade .


Mito Sete

A biotecnologia vai resolver os problemas da agricultura industrializada.

A Verdade
A biotecnologia vai destruir a biodiversidade e segurança alimentar e vai forçar os agricultores a deixarem suas terras, consolidando o controle da oferta mundial de alimentos na mão de algumas poucas corporações enormes.

Breves (agricultura industrial)

Suas verduras são verdes?
De acordo com o Comitê de Resíduos de Pesticidas da Grã-Bretanha, o alface é, em geral, mais pulverizado com pesticidas do que as outras hortaliças — em média 12 vezes por estação. A maioria dos resíduos é absorvida pelas folhas e pelas raízes. Os resíduos não são eliminados quando as verduras são lavadas (isso ocorre também com os produtos "prontos para consumo" encontrados nos supermercados). Esses pesticidas foram relacionados ao câncer e à diminuição de ozônio. (Rob Edwards, Sunday Herald, novembro de 2001)

Veneno para obter lucros — Que negócio!
As grandes companhias multinacionais que produzem as substâncias químicas que encontramos nos pesticidas e herbicidas, bem como nos produtos industriais e caseiros, não lucram apenas com a venda desses produtos, mas também com os sintomas e com as doenças crônicas que eles provocam.

A vasta maioria das substâncias químicas encontradas em pesticidas e outros produtos é objeto de poucas ou nenhuma pesquisa para detectar os efeitos crônicos causados por doses mínimas sobre a saúde. As mesmas indústrias que produzem as substâncias tóxicas, também produzem os medicamentos para consumo humano e uso veterinário, além de uma grande diversidade de produtos e tecnologias médicas. Estas empresas também detêm a patente sobre tratamentos do câncer e equipamentos médicos. Produzem uma variedade alucinante de paliativos vendidos à população. (Ashley Simmons Hotz, www.mercola.com/2002/may/29/poison_profit.htm )

Alternativas para pesticidas
Muitos gostariam de evitar o uso de pesticidas tóxicos, mas também não querem a invasão de formigas na cozinha. Ácido bórico ou bórax mata formigas e até baratas. Como as formigas gostam de doce, você pode misturar um pouco de mel (ou outro tipo de açúcar) com ácido bórico, produzindo uma pasta. Corte papelão em quadradinhos de 2,5 x 2,5cm, cubra com a pasta e coloque os quadradinhos no caminho das formigas, onde vão comer a pasta e levar os resíduos de volta ao ninho.

Também para o jardim existe um spray caseiro que vai fazer a maioria dos predadores desistirem. Consiste em uma pasta de alho com pimenta e raiz forte. Coloque um pouco de pasta dentro de um balde com quatro litros de água e deixe um ou dois dias, balançando o balde vez ou outra. Verifique se o líquido não queima as plantas antes de pulverizá-las.